Você já perdeu alguma coisa na sua vida? Você já sentiu dor de perda? Já perdeu um grande amor? Já perdeu um relacionamento? Já perdeu alguém que você amava? Já perdeu alguma coisa material? E se dissermos que você nunca perdeu nada? Surpreendido? Então continue lendo este artigo ou assista ao vídeo abaixo para compreender todos os detalhes!
A dor da perda
E se eu te disser que você nunca perdeu nada? Tem gente aí que vai brigar nos comentários: “Como assim? Eu perdi um monte de coisas na minha vida. Perdi um monte de gente que eu amava. Eu perdi um grande amor. Um relacionamento, meu cachorrinho se foi e eu perdi, perdi, perdi, perdi.” A questão é um tanto diferente.
A gente tem um conceito muito errado sobre perda, a gente nunca perdeu nada, porque a gente só pode perder aquilo que é real, só pode perder aquilo que nos pertence, nem o seu corpo é seu. Portanto, ainda assim, se você morrer, você não perdeu nada! Louco isso? Estão achando que piramos? Não, nada disso. Temos visão de eternidade e é isso que queremos propor para você. Que você comece a enxergar a sua vida, do ponto de vista da eternidade. Considerar que a sua vida não começou na barriga da sua mãe e muito menos vai acabar quando você morrer. Porque a única coisa que é real é o nosso espírito.
A perda
A única coisa que lhe pertence de verdade, que é uma propriedade sua, é sua alma. E você perdeu a sua alma? Não, ela está aí, dentro do seu corpo e todo o resto é irreal, todo o resto não existe, todo o resto vai perecer.
Esses fundamentos vêm normalmente do Oriente, da Índia, da China Antiga, do Budismo, das primeiras linhas budistas. Dizer que o mundo que a gente vive, a Terra em que a gente está é uma grande ilusão, porque tudo que está aqui, até o nosso planeta, um dia vai perecer, vai acabar. Nosso corpo físico é perecível. Tudo que está à nossa volta é perecível, e a única coisa que é real, é aquilo que é invisível.
São sentimentos sublimes como o amor, as nossas lembranças, a nossa memória, o afeto que a gente tem, o carinho que a gente tem. Então, se você amou muito uma pessoa com toda a sua plenitude, se você viveu momentos intensos com ela e se desfrutou do prazer de estar naquela companhia, mesmo que tenha sido um grande amor e que essa pessoa tenha partido desse mundo, você não perdeu, você ganhou, porque você estava com ela, então é só uma questão de ponto de vista, é uma questão de olhar.
O ciclo da vida: recomeçar
A gente fica focado na falta que aquilo nos faz e não se prepara para começar um novo ciclo, a gente tem dificuldade de abandonar as ilusões, aquilo que já foi, de abandonar as coisas antigas para começar o novo.
Muitas vezes, digo que a gente precisa de Shiva na nossa vida, porque Shiva, lá no Oriente, é considerado o deus da destruição da ilusão. Vem e destrói aquilo que é ilusório para começarmos um novo ciclo, um novo período, um novo renascimento.
Só que a gente insiste em acreditar que perdeu aquele emprego, não foca no que a gente ganhou de experiência enquanto esteve lá, mas a gente fala “perdi meu emprego”. Aquele emprego será que era seu mesmo? Será que você devia estar lá ou será que foi a vida que veio te sacudir para que você fosse para um lugar melhor; para que você fosse para uma outra oportunidade?
Ganhar experiência
Tudo isso é de se refletir e a gente só tem medo de dor e de perda, de perder alguém que a gente ama, a gente tem medo é de perder um relacionamento, a gente tem medo de perder um emprego, a gente tem medo de perder uma casa, um carro, porque a gente tem uma visão muito curta da nossa existência.
A gente foca na vida presente, porque, claro, é o momento que a gente tem para aprender, para se desenvolver. Mas se você for pensar em termos de eternidade, você nunca perdeu nada, apenas ganhou, porque o que fica da nossa vida são as experiências, são os aprendizados, são os sorrisos, são as coisas boas que a gente aprende em cada momento.
Mesmo as não tão boas, mesmo as dificuldades são as nossas maiores professoras, eu sempre agradeço nas minhas orações, quando faço a oração de quatro etapas, pelas dificuldades, porque elas foram as maiores professoras.
Sem dificuldade a gente não se mexe, sem dificuldade a gente não sai da zona de conforto, a gente fica na mesmice. As dificuldades nos impulsionam a buscar coisas melhores, então quando você está em uma dificuldade, será que você está perdendo ou está ganhando?
Ah, perdi um grande amor, será que esse amor é tão grande assim ao ponto de não estar com você? Será que você não está pronto para um outro desafio, para um outro relacionamento? Será que está só enxergando o que perdeu? Pense nisso.
Mensagem de luto
A principal mensagem que fica aqui é: será que você está só enxergando o que perdeu, será que você está só focado naquilo que a vida lhe tirou e não consegue enxergar o que a vida está lhe dando? Mesmo que esteja em um período de grande desafio agora, esse desafio quer te mostrar alguma coisa, quer te trazer algum ganho, você vai ter alguma fortuna dentro desse desafio, nem que seja experiência de vida.
Muitas pessoas se tratam em consultório, às vezes pessoas que estavam passando por um câncer, estavam passando por um período de doença desafiador e boa parte dos casos, depois do câncer, agradecem pela doença, porque ganharam muita experiência com aquela doença. Claro que ninguém queria ter passado por tudo aquilo, mas já que passou, a pessoa extraiu muito aprendizado, mesmo em uma situação crítica como essa, que a pessoa tem de enfrentar um câncer, tem seus ganhos.
A pessoa aprende a valorizar cada pôr do sol, aprende a valorizar mais o convívio com a família, aprende a valorizar os momentos que ela tem de vida ainda aqui na Terra para aproveitar. Então, quando a vida vier e der uma sacudida, não foca na perda, no que você está perdendo, muitas vezes são momentos de ajuste.
Como superar a dor da perda?
O Chagdud Tulku Rinpoche, que foi o fundador do Templo Budista do Rio Grande do Sul, tinha uma história que ele contava sobre karma e sobre impermanência, ou seja, de contemplar a impermanência das coisas, o quanto as coisas eram perecíveis, o quanto acabavam. Ele comparava a história de 2 homens.
Um homem que construiu uma casa e que pensou o seguinte, “eu vou construir a casa para morar e eu vou usufruir dela o máximo que eu puder, durante o tempo em que eu estiver aqui. Então vou caprichar na construção, vou fazer uma casa boa, que enquanto eu conseguir morar nela eu vou tentar ser o mais feliz possível e vou vibrar para ser o mais feliz possível nessa casa, a cada tijolo que eu empilhar, do jeito que eu fizer”.
E o vizinho desse rapaz, também estava construindo uma casa e ele comparava o outro vizinho. “Nossa eu estou construindo uma casa, eu vou gastar muito dinheiro, eu tenho que cuidar muito para que ninguém na construção me engane, para que ninguém gaste nem um tostão a mais, para que ninguém me passe a perna, para que ninguém me traia e eu tenho que construir essa casa e eu vou trabalhar muito e eu vou me esforçar muito. E vai ser o meu suor e meu empenho, a minha dedicação e aquele sofrimento para construir a casa, porque eu vou deixar para o meu filho, porque eu vou deixar para o meu neto, porque essa casa…”.
Então, vocês estão entendendo a diferença de energia entre uma pessoa que constrói algo para usufruir o máximo que puder, durante o período que estiver aqui e o sofrimento de alguém apegado a cada tijolo, o medo já de que alguém vá enganar, de que alguém vai superfaturar alguma coisa, de que alguém vá, enfim, trazer algum problema?
São energias diferentes, quem vai ser mais feliz em casa? Quem vai ser mais feliz, você tem dúvidas de que a primeira pessoa que colocou amor, colocou empenho para usufruir o máximo de tempo, porque ele sabia que a casa um dia ia acabar, a vida dele um dia ia acabar. Então, não vou ficar nessa tensão, vou aproveitar inclusive o período da construção, eu vou tentar ser feliz enquanto estiver construindo essa casa.
Enquanto o outro, já ficou tenso, nervoso e é capaz de no dia que a casa ficar pronta, morrer de estresse e não vai poder usufruir e nem aproveitar aquela construção que está fazendo. Então, não foca no destino final da viagem, foca no caminho, na própria viagem, porque é muito mais gostoso viver assim. Não foque no destino, foque no caminho.
Luto: uma dor na alma
Nós não temos as coisas para nós, você não é dono do seu filho, se o seu filho tem 1 ano, tem 5 anos de idade, ou tem 50 não é seu, não lhe pertence. Você foi escolhido para ser o pai ou escolhida para ser a mãe, para ajudar esse espírito a crescer e a se desenvolver aqui na Terra, mas essa alma não lhe pertence, não é sua, embora tenha passado por dentro de você, como mãe ou pai, mas não lhe pertence.
É um espírito, tem suas próprias vontades, tem seus próprios anseios, seus próprios desejos, e se acontecer uma perda de um ente tão querido como um filho, um pai, uma mãe, tenta focar naquele período incrível que vocês estiveram juntos, nas coisas que viveram juntos, no que vocês puderam aproveitar.
A dor da perda é um buraco na alma da gente, é uma coisa que por muitos anos é irreparável e dói demais, mas a gente precisa focar na alegria que foi ter aquela pessoa perto da gente. Isso funciona para tudo, de uma blusa que você goste, que manchou ou que estragou, que rasgou, funciona para um relacionamento, funciona para um amor, ou então um objeto que você tinha na sua casa que se quebrou em milhões de pedaços e que não tem como arrumar, o seu cachorrinho, seu animal de estimação que se foi desse mundo.
Qualquer coisa que a gente tem na vida da gente, não nos pertence, o que pertence a você é a sua alma e você precisa caprichar muito, muito na reforma dessa alma, no crescimento dessa alma, na evolução dessa alma, porque é, sem dúvida, a coisa que mais importa nesse mundo.
As dores, dores de peso, de carência, vão acontecer na nossa vida o tempo inteiro, para a gente poder superar isso, evoluir e crescer com cada uma delas.
Espero que você reflita sobre isso, sobre as perdas que teve na sua vida e que, cada vez mais, esteja aqui nos acompanhando, comentando, curtindo, compartilhando. Esperamos que essas mensagens ajudem você no desenvolvimento pessoal e espiritual.